São Bernardo




Desde a metade do século XVII, os monges de um Mosteiro fundado no Século XI, no topo do grande desfiladeiro de São Bernardo, na Suíça, cercaram-se de cães enormes do tipo montanhês, destinados à guarda e defesa. A presença destes cães no Mosteiro foi confirmada por documentos datados de 1695 e por uma nota no livro do Mosteiro do ano de 1707. Logo esses cães foram utilizados para escoltar viajantes e, principalmente, descobrir e salvar os que se perdiam na neve ou no nevoeiro. 

Os artigos sobre a maneira pela qual esses cães salvaram da “morte branca” uma grande quantidade de vidas humanas, publicados em vários idiomas, e os relatórios de soldados que, em 1800, atravessaram o desfiladeiro com a armada de Napoleão, difundiu a fama do Cão de São Bernardo por toda a Europa. O legendário “Barry” em 1900, tornou-se, então, o símbolo cão de salvamento. Os ancestrais diretos do cão de São Bernardo, que é descendente dos antigos molossos romanos, foram os grandes cães de fazenda, muito difundidos entre os camponeses da região.

A raça atual foi obtida, através da criação sistemática, que atravessou algumas gerações, visando atingir um tipo ideal. Até 1830 todos os exemplares da raça tinham o pêlo curto, quando foi introduzido nos cruzamentos o sangue do Terra Nova, para trazer mais vitalidade à raça. Isso levou ao aparecimento dos primeiros exemplares de pêlo longo. O Livro de Registro de Origens Suíço foi implantado em fevereiro de 1884, sendo o primeiro cão a entrar ele o São Bernardo “Léon”. O Clube Suíço do São Bernardo foi fundado em Bâle em 15 de março de 1884. Por ocasião de um congresso internacional de cinologia, em 2 de junho de 1887, a raça foi oficialmente reconhecida como de origem suíça e o Padrão Suíço declarado como sendo o único autorizado. A partir desta data, o São Bernardo, foi considerado como cão nacional suíço.

Inteligência, carisma e adoração pelos donos são as características mais fortes do São Bernardo. Amigável por natureza, de temperamento calmo a esperto, sempre vigilante, ele se destaca pela docilidade. Segundo dados de um estudo da FCI, baseado na comparação com outras raças quanto à reação do cão à invasão de seu território, publicado pela revista Cães e Cia, a raça é considerada a "mais sociável com estranhos". Apesar disso, o São Bernardo é também pode ser usado como cão de guarda por sua excelente capacidade em dar o alarme e por possuir um porte gigantesco, o que acaba desestimulando a entrada de pessoas não-autorizadas.

Para se garantir a criação de um animal saudável, alimentação balanceada e exercícios leves no primeiro ano de vida são fundamentais. Muito importante, também é que o São Bernardo tenha bastante espaço disponível para se movimentar e, principalmente, de contato com as pessoas da casa. Não é um cão que possa ser deixado esquecido em um quintal (comentário pessoal: aliás, como nenhum outro deveria ser deixado). Sua pelagem requer escovações semanais.
A pelagem apresenta duas variedades: pêlo curto e pêlo longo.

Variedade pêlo curto (Stockhaar, pelagem dupla): pêlo de cobertura denso, liso; bem assentado e rude. Subpêlo abundante. Ligeiro culote nas coxas. Cauda coberta por uma densa pelagem.

Variedade pêlo longo: pêlo de cobertura reto, de comprimento médio com subpêlo abundante. Pêlo curto na face e nas orelhas, na região da anca e sobre a garupa, o pêlo é, geralmente, um pouco ondulado. Apresenta franjas nos membros anteriores, culotes nas coxas e cauda emplumada.

A cor do pêlo é branca, com placas em marrom avermelhado até formar um manto contínuo no dorso e flancos. O manto manchado (marcado de branco) é equivalente. O marrom avermelhado tigrado é admitido. O encarvoado na cabeça é desejado. Apresenta também marcas brancas no peito, patas, extremidade da cauda, uma faixa no focinho, lista e marcas no pescoço.